nos becos do desconhecido

*caminhava próximo à estação do Metrô, estava na então conhecida Av Paulista, um grande centro empresarial na amontoada megalópole que era a cidade de São Paulo. A viagem de Porto Alegre foi totalmente cansativa e turbulenta, a cidade gaúcha era inapropriada demais para dar continuidade ao meu plano. Principalmente devido ao espetáculo que havia proporcionado em ter destruído um vampiro toreador. Aquele acontecimento chamou muita a atenção da Camarilla e logo via meus passos sendo inspecionados de perto pela seita. Em São Paulo a situação já era completamente diferente, era uma cidade de grande turismo, disputas internas, competição e corrupção, um verdadeiro paraíso para quem busca ascensão e poder. Abria um sorriso orgulhoso dos meus feitos e do meu amadurecimento, incontáveis séculos de servidão e corrupção deveriam servir para algo. Atravessava a rua de uma calçada a outra, quando inesperadamente tenho minha atenção sendo desviada para o prazeroso odor do medo circulando aquela pequena área. Observo e estudo a área com muita atenção, deixando meus olhos analisando-a milimetricamente. Não demorei para avistar um garoto correndo em minha direção, sua face era de total desespero, ele olhava para trás de si, como se alguém o seguisse, o jovem não notou minha presença até esbarrar em mim e cair no chão implorando por ajuda* Socorro! Por favor me ajuda, tem um biruta atrás de mim....chama a polícia, ele vai me matar!

*Apenas o erguer da minhas sombrancelha direita foi o unico gesto que consegui expressar naquela patética e amadora demonstração de poder. O garoto agora estava ao meu lado, sua mão estava posta em meu ombro direito enquanto eu sentia seu corpo tremer totalmente do pavor que ele estava sentindo. Sem que o jovem percebesse aproximei minha face de seu pescoço e ali sentia bem forte o cheiro do medo e do desespero e aquilo era tudo o que eu mais amava nos humanos* Cara! Precisamos dar no pé! Eu vou embora daqui! Eu nunca...nunca vi nada parecido com isso! Ele não é humano!!! *meus olhos ficaram atentos que apesar do pavor, o garoto não tinha coragem o suficiente para sair dali, seu medo pelo incompreensível era tão grande que o deixava paralisado e em choque. Minha presença ali contribuia com isto, pois ele me usava como escudo e apoiava sua mão no que pensava ser sua unica esperança de salvação. Talvez ele esteja tão enganado quanto ao palhaço que gritou que eu morreria junto a poucos instantes*