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*Assim que havia terminado de cantar minha canção, virei minha face para o lado e fixei meus olhos em um ponto da rua como se houvesse alguém ali*Você não precisa me lembrar disso...Nathaniel*murmurei, virando a face para o lado, minha face agora ficando enraivecida* Sim! NÃO ME ARREPENDO DO QUE FIZ!!! AGORA ME DEIXA EM PAZ...QUERO FICAR SOZINHO!*gritei a plenos pulmões enquanto falava sozinho*

*Estava com o olhar perdido, uma lágrima de sangue começou a brotar da minha face, no fundo sentia um desespero muito grande...há muitos anos que lágrimas não escorriam de minha face. Senti a prensença de Sam ao meu lado e o olhei por breves instantes, não disse nada, mas a presença dele me dava forças mesmo não querendo admitir abertamente. Esperava que ele permanecesse ali por mais um tempo. Meus olhos passeavam pelo perimetro do refugio*

*As palavras de Sam atravessaram a minha alma como navalhas afiadas prontas para dilacera-la sem deixar vestígio algum. Permaneci imóvel e em silêncio, sabia que não poderia prometer aquilo a ele. Meus olhos focaram para próximo a um poste de luz, fiquei ali observando. Ao ouvir os passos de Kristen se aproximando de Sam, meus olhos logo foram de encontro com os da garota, me perguntando o que ela procurava em um lugar como aquele*

*Levantei da cadeira em que estava sentado e caminhei para dentro da casa, parando próximo a porta* Perdoem por não ficar com vocês, mas não estou muito disposto esta noite. Sam...irei me deitar um pouco*no fundo não estava nenhum pouco disposto a ficar ouvindo conversa de dois neófitos é claro que, apesar de não estar presente, Dean ficaria de olho em Sam para que nada acontecesse a ele a sua obra mais valiosa*

*Ao chegar nos meus aposentos me atiro na cama, ficava olhando para o vazio enquanto minha mente vagava para um lugar muito distante dali. Minha mão passava pela extensão vazia da cama. Peguei um travesseiro e me abracei a ele ainda pensativo nas palavras que Nathaniel me disse a poucos instantes* Ele está certo...*murmurei fechando os olhos enquanto me entregava ao sono*

*Abri lentamente meus olhos, muitas coisas passaram em minha mente naquele momento. A imagem daquele terrível e constante pesadelo que me assombra a mais de 2 séculos me causava preocupação, tristeza e desespero. O futuro era um dos meus maiores temores, e segundo Nathaniel, ele já está batendo em minha porta. Levantei meu corpo, lançando o travesseiro em que abracei a noite toda, em um canto da cama. Senti algo deslizar pelo corpo e quando olhei notei o lençol que não estava ali no momento em que adormeci. Imediatamente a imagem de Sam veio em minha mente, segurei o lençol com força e em seguida o tirei de cima de mim. Deixei o conforto de minha cama e caminhei até a janela do quarto, afastei as pesadas cortinas negras que evitava que a Luz do Sol invadisse o quarto.* "Parece uma noite como todas as outras"*pensei comigo, olhei então na direção da porta do quarto e só agora começava a sentir uma fome iminente crescer dentro de mim. Levaria Sam comigo*

*Fiquei observando fascinado aquele espirito juvenil e sem modos por alguns instantes. Ainda poderia observar a criança desperta dentro daquele garoto, sensação normal, devido ao seu vínculo com a humanidade. Confesso que a pergunta de Sam havia me pego desprevinido, virei minha face, evitando encara-lo diretamente nos olhos* Não aconteceu nada, preciso me alimentar, você vem?*perguntei mudando de assunto, mas meus olhos continuavam longes preferindo contemplar um quadro bizarro de uma enorme borboleta gigante que havia na sala ao ter de encarar o garoto*

*As palavras de Sam me irritavam algumas vezes pelo simples fato de ele conseguir, de uma forma simples, transmitir toda a verdade nelas.*

Você amoleceu demais nesses ultimos séculos Scott. Quando pretende contar a ele?

*olhei para um canto atrás da televisão, sem dizer nada dei as costas à TV e então deixei meu refúgio parando ao lado de Sam* Deixe estas armas em casa, nós vamos para um lugar em que você não vai precisar disto e muito menos permitirão que você entre com esses "trambolhos".

*Fiz um sinal afirmativo com a cabeça, porém minha expressão ainda continuava séria* Estamos indo para uma boate onde poderemos nos alimentar muito bem. Infelizmente ainda ela não é bem para vampiros da nossa categoria...*fiz uma pausa antes de continuar* mas como eu ainda não posso retornar para a sociedade imortal por motivos de segurança, teremos que nos sujeitar com a "simplicidade". Por favor! Me acompanhe*A caminhada foi bastante tranquila, a noite estava serena e um pouco fria, podia sentir a brisa valsar por meu corpo sem produzir um arrepio em minha pele. Há muitos séculos eu não sabia o que era sentir frio ou o calor, a não ser, em ocasiões em que meus caninos penetravam na pele humana sorvendo do seu sangue até a ultima gota. Olhei para Sam, enquanto caminhava, ainda conseguia lembrar o sabor viciante do seu sangue. Parei minha camada ao virarmos uma esquina na Memphis st parando diante de uma extensa fila de pessoas loucas para entrar na boate denominada "Heavens a Lie". Os frequentadores encontravam-se enfileirados impacientes enquanto dois seguranças checavam os convites e realizavam a revista. Sem pensar duas vezes caminhei até um deles e murmurei algumas palavras no seu ouvido, ele olhou para mim desconfiado, mas fez uma reverência desajeitada com a cabeça e permitiu que Sam e eu entrassemos na boate sem que pegassemos fila...situação que provocou ainda mais revoltas.*

*Ao entrarmos na boate seguimos por um longo corredor escuro, conforme nos aproximavamos da porta, ouviamos o som da música eletrônica tocar mais alto. Ao atravessarmos a porta nos deparamos com um imenso salão, que deveria acomodar cerca de duzentas pessoas, um palco poderia ser contemplado a alguns metros deles, dois dj´s agitavam as pessoas, enquanto dançarinas andavam pelo palco com poucas roupas e faziam danças provocativas e caricias umas com as outras, levando a maioria dos homens a loucura. Em um canto do salão havia um bar e várias mesinhas onde muitas pessoas conversavam ou namoravam abertamente para quem quisesse ver. Dean andou em direção ao bar e acomou-se em uma das mesas, pegando o cardápio enquanto olhava às opções*