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Mesmo as estrelas depois de mortas continuam a brilhar e ficam lá mesmo não existindo mais, o que é belo nunca some, nem mesmo um bobão como você.*As palavras de Sam ficaram ecoando em minha mente várias e várias vezes. De alguma forma aquele garoto, uma criança que não tem visão do mundo que o cerca, acabou de me dar uma lição de vida na qual eu não esperava. Umá lágrima de sangue começou a se formar em meu olho direito e escorreu lentamente pela minha face* Tens razão...*murmurei abrindo mais um raro sorriso, me aproximei ainda mais de Sam e o abracei por alguns instantes e, no momento seguinte, meus dentes caninos se alongaram e o mordi...Mordi seu pescoço e suguei um pouco de sua vitae, seu sangue escorrendo pela ponta dos meus lábios, o doce sabor daquela vitae não poderia ser descrito com palavras. Sabia os riscos daquela atitude, estava a poucos passos de estabelecer um laço de sangue com ele, poucos passos para ficar permanentemente ligado a este garoto. Um laço que jamais será desfeito, nem mesmo pela vontade dos deuses...*

Escuta estas palavras, pois serão as últimas que irei proferir antes de partir. Haverá uma época, em que tu, será obliterado desta e da outra existência. Ouça minhas palavras Visconde das Terras sombrias, grava em tua mente e que Deus seja minha testemunha, tu criarás uma obra imortal, a mais bela de todas as que já criaste até então e, assim que tu menos espera, ela o fará sucumbir ao esquecimento que tanto temes...Eis o destino que rogo com minhas últimas forças...teus dias estão contados Daniel...*Havia fugido da realidade por um momento, perdido em uma lembrança que se fazia presente a todo o momento da minha não-vida. Olhei então para Sam por alguns momentos pensando no que aquele sacerdote da inquisição havia me amaldiçoado séculos atrás, será mesmo este o garoto que irá me conduzir ao esquecimento?* O que está fazendo? Você vai cair!

*Corri até o garoto e parei debruçado. Não entraria naquele mesmo espirito, Simulei um suspiro dei meia volta, utilizaria o elevador para descer até o terraço do edificio. Demorou apenas dois minutos para que estivesse novamente ao lado de Sam, fiquei olhando-o de uma maneira reprovativa, aquela ação infantil poderia ter colocado os dois na malha fina* Primeira Tradição da Camarilla, meu caro, se chama A MÁSCARA. Acredito que já comentei sobre ela a você...não é mesmo?

Acontece que as pessoas não precisam saber que você está morto, correto?*então algo me chamou atenção, olhei ao meu redor e contemplei uma rua completamente deserta e silenciosa demais para o horário. Comecei a ter a sensação de que estava sendo observado a distância por alguém, meus olhos averiguavam todo o perímetro possível, principalmente focava nas janelas dos apartamentos dos outros prédios ou em cantos escuros e possíveis lugares que uma pessoa poderia se esconder.* Há algo errado aqui...*murmurei interrompendo a conversa com Sam*

*As luzes dos postes elétricos em volta do edifício apagaram uma a uma deixando o lugar mergulhado em completa escuridão. Uma escuridão tão profunda que incapacitava totalmente a visão dos dois cainitas.* Ahhhh! Vejam Se não é o meu antigo rival Dean Scott e sua cria Sam Whinchester. Juro que fiquei chocado quando chegou aos meus ouvidos que você ainda estava "vivo".*a escuridão foi se intensificando ainda mais, os dois poderiam sentir a presença de um vampiro muito poderoso, mas era impossível localiza-lo naquelas condições*

Miguel Hernandez!!!*gritei procurando pelo braço de Sam, assim que consegui senti-lo, agarrei seu braço e o deixei bem próximo de mim. Minha visão era inutil naquela mortalha de trevas. Estavamos encurralados na armadilha do Lasombra e isso muito me preocupava* Foi você então que colocou a bomba no meu carro em Paris?*perguntei enquanto procurava uma chance de escapar daquele poder*

*As trevas lentamente começaram a se dissipar possibilitando uma visão temporária do local. Dean observou um vulto passar a toda velocidade a poucos passos de si*

*Ao contemplar o vulto passando por perto de mim, minha reação foi instantânea, virei na direção em que senti sua presença e desferi um soco, porém não se tratava de um soco normal, era um soco que poderia facilmente incapacitar um vampiro ou matar um mortal*

*O soco de Dean foi de encontro a um muro de tijolos, provocando o surgimento de um enorme buraco bem no centro da parede de tão descomunal que havia sido o golpe*

Essa passou muito perto Dean, muito perto mesmo!*o Lasombra deu uma gargalhada porém estava fora do alcance da visão dos cainitas, muito provavelmente camuflado nas trevas, totalmente fora do alcance dos cainitas* Devo parabeniza-los pelo excelente trabalho em equipe, vocês conseguiram sair da mortalha criada por mim...isso prova que são oponentes que não devem ser subestimados. Mas muito cuidado toreador, você tem prejudicado e muito os meus negócios aqui em Nova York. Acabei mostrar a vocês uma pequena parcela do que posso fazer, portanto peço para que deixem esta cidade o quanto antes...este será o meu primeiro e único aviso*ao terminar de dizer tais palavras a voz do Lasombra desapareceu completamente e as luzes dos postes próximos acenderam iluminando o lugar normalmente, como se nada tivesse acontecido*

Foi o vampiro que tentou me assassinar na noite em que te abracei em Paris.*olhei para a rua ainda vazia, aos poucos, o movimento recomeçava* Lutou muito bem Sam...meus parabéns!*disse ainda preocupado com o Lasombra, apesar de estar elogiando a boa ação de Sam, no fundo, nós só sobrevivemos porque Miguel assim desejou*

*parei reflexivo, ter um lasombra tão poderoso no meu encalço poderia ser um risco muito grande à minha existência e a de Sam.* Sim! Mas não pelo fato da ameaça, eu sinceramente, não fui amendrontado por um lasombra do mesmo nível que eu. Sei que poderia tira-lo do meu caminho muito bem...*fiz uma pausa antes de continuar* mas você é a minha preocupação. Ele virá primeiro ao seu encontro para me deixar fraco e em seguida acabará com o que sobrar de mim. E isso eu não poderei permitir...é por isso que acho melhor deixarmos Nova York.

*Confesso que me espantei com aquela reação tão inesperada, imaginava que Sam fosse bater o pé e ficar revoltado como a maioria das crias faziam. Abri um sorriso satisfeito* Brasil? Que inesperado...tantos lugares no mundo foste escolher logo o que desconheço. Pois bem se queres viajar pela america latina iremos...

Vampiritias?*perguntei olhando-o incrédulo* O que eu faço com você Sam? Nem me responda, prefiro não ouvir o comentário*balancei a cabeça negativamente, enquanto retirava meu celular do bolso* Eurípedes...reserver duas passagens em algum cruzeiro para o Brasil.*fiquei em silêncio por alguns momentos enquanto ouvia Eurípedes falar* Sim! Eurípedes eu vou ao Brasil com o Sam!!! Não quero saber das tuas opiniões, guarde-as para você mesmo...e reserve as passagens sim...*desliguei o celular e olhei para o garoto*podemos ir

*fiquei olhando a cena abismado*Sam, você entrou no meu apartamento...passou pelo meu CLOSET duas vezes...e não o abriu para pegar uma roupa decente? Suba la e pegue o que quiser.